sábado, 21 de maio de 2011

Estudo da OCDE sobre o ensino superior em Portugal

É a recomendação da OCDE: estudar mais. Além de aumentar as qualificações nacionais, permite o acesso a melhores salários. Portugal está a revelar-se um bom aluno nesta matéria, apesar de estar a recuperar de um atraso de décadas. Os dados de 2010 do "Education at a Glance" comprovam-no.

1 - Poucos adultos com ensino superior
A proporção de adultos (25-64 anos) com qualificações superiores em Portugal, de 14%, é uma das mais baixas da OCDE, bem abaixo da média de 28%. Porém, está numa tendência ascendente, tendo subido desde 8% nos últimos dez anos.

2 - Taxas de entrada para a universidade altas
A expansão do ensino superior é, contudo, bem evidente, salientam os peritos da OCDE. As taxas de entrada para programas ao nível universitário que, com 81% a acederem ao ensino superior em 2008, são das mais altas entre os países da OCDE e subiram drasticamente desde os 53% em 2006.

3 - Taxa de graduação superiores à média
Estas taxas de entrada, combinadas com uma média de cursos completados na universidade melhor do que a média, resultam numa taxa de graduação melhor também do que a média. Portugal tem uma taxa de graduação de 45% comparada com uma taxa de 38% de média do conjunto de países da OCDE.

4 - Vantagem salarial de tirar um curso é maior do que noutros países
As pessoas com um curso superior em Portugal beneficiam de melhores resultados no mercado de trabalho do que aqueles com uma educação ao nível do secundário tanto a nível de menores taxas de desemprego como de melhores salários. Na verdade, sublinha a OCDE, a vantagem salarial em Portugal é maior do que noutros países, se compararmos os graduados do ensino superior e os do ensino secundário. Os que tiraram um curso universitário ou um grau avançado de investigação ganham até 80% mais do que aqueles com o secundário completo ou mesmo com cursos pós-secundário, mas que não se qualificam como ensino superior.

5 - Taxas de retorno do ensino superior entre os mais altos
O retorno da educação superior está entre os mais altos da OCDE. O ganho bruto para um graduado do ensino superior do género masculino é de 366 mil dólares (246 mil euros) e para uma graduada do género feminino é de 206 mil dólares (cerca de 139 mil euros). Os ganhos públicos são igualmente impressionantes. Ao longo de uma vida de trabalho, os ganhos públicos brutos são de 95 mil dólares (quase 64 mil euros) para um homem e de 117 mil dólares (cerca de 78 mil euros) para uma mulher, com o diploma do ensino superior, o que é cerca de cinco vezes o investimento público inicial. No entanto, alguma cautela é necessária, avisam os peridos da OCDE, já que Portugal aumentou a adesão ao ensino superior, mas há poucas provas de que haja um excesso de oferta de licenciados. As taxas de desemprego para os jovens de 15-29 anos diminuíram para os que têm formação superior, mas aumentaram para os que têm um diploma do secundário, em 2009.

6 - Bolsas e apoios são metade da média da OCDEOs gastos por estudante do ensino superior em Portugal, apesar de bem abaixo da média dos países da OCDE (sete mil euros comparados com 8,7 mil euros), aumentou consideravelmente nos últimos anos. A OCDE frisa que houve uma subida de 58% na despesa por estudante, o segundo maior aumento dos países da OCDE. Enquanto aumentos no financiamento público contribuíram fortemente para esta subida, também houve um grande aumento do financiamento privado, que hoje compõe 30% do financiamento do ensino superior, comparado com 8% em 2000. Ao mesmo tempo, os subsídios e apoios aao estudo representam apenas 11% do total do financiamento público do ensino superior, bem abaixo da média da OCDE de 20%.

IN Diário Económico de 21/05/2011

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